17 Jan Porquê formação no tratamento das dependências?
Para que se tenha sucesso na promoção da mudança de comportamentos é fundamental haver a utilização de técnicas, habilidade e instrumentos por parte dos profissionais de saúde (Filho, 2005).
A nível do tratamento das dependências é fundamental haver formação e treino dos profissionais bem como incluir novos profissionais especializados nas equipas de forma a haver novas formas de intervenção (Filho, 2005).
Devido à resistência das instituições à mudança, estas não conseguem alcançar os resultados desejados. Á medida que novas metodologias vão surgindo e que são capazes de obter resultados positivos, é essencial haver mudanças na estrutura dos serviços para que os profissionais se adaptem ás novas metodologias (filho, 2005).
A formação é considerada como um fator chave para as instituições, sendo vista como uma “matéria prima” que irá promover a inovação, criatividade e qualidade, favorecendo a evolução da organização (Soares, 2013).
Segundo Ramos e Bento (2010) a formação proporciona ao individuo alcançar competências e colocar o seu conhecimento ao serviço das suas funções. Uma instituição com colaboradores que utilizam constantemente as suas competências e conhecimentos obtidos em formação, terá melhores condições para promover uma maior rentabilidade, um ambiente participativo e motivador e mais focada para alcançar os objetivos estabelecidos (cit.por Soares, 2013).
De acordo com Pereira (2011) apenas colaboradores devidamente qualificados poderão produzir serviços de qualidade nas organizações (cit. por Soares, 2013).
Para Tavares (2010) as instituições estão constantemente em risco de perder as suas competências se descurarem a formação dos seus trabalhadores. Assim sendo, é fundamental que as organizações propiciarem formação aos colaboradores de forma a estes se manterem atualizados e contribuírem para uma maior competitividade (cit. por Soares, 2013).
No contexto dos comportamentos aditivos, tem que haver um nível de formação especializado, para que os profissionais diretamente ligados com os problemas dos usuários possam fornecer um serviço mais eficaz. Devem conhecer diferentes formas de intervenção, aconselhamento, interação entre drogas e estar apto para intervir em vários níveis (Silva, 2005).
Pontua-se a relevância dos profissionais de instituições que tratam dependentes químicos adquirirem formação profissional e atualizada para poderem trabalhar de forma eficaz no campo da reabilitação desta população (Jesus & Rezende, 2008).
Face ao exposto sobre a necessidade de formação contínua, Nonak e takeuchi (1997), demonstraram a criação de novos conhecimentos a partir da interação entre indivíduos, grupos e organizações. De acordo com estes autores, o conhecimento surge a nível individual sendo alargado pela dinâmica da interação para um nível organizacional. Desta forma uma organização ou uma rede interorganizacional, pode criar um espaço de relações positivas e construtivas (Balestrin, Vargas & Fayard, 2005).
Desta forma, verifica-se que uma rede interorganizacional poderá permitir a existência de uma interação eficiente entre indivíduos, grupos e organizações, ampliando interorganizacionalmente o conhecimento adquirido (Balastrin, vargas & Fayard, 2005).
Referências Bibliográficas
- Filho, H. C. (2005). Necessidade de intervenção no consumo de álcool, tabaco e outras drogas em Portugal. Revista portuguesa de Saúde Pública, 23 (2)
- Soares, E. C. (2013). A Formação e o investimento das organizações nos seus capitais humanos: um estudo de caso sobre a importância da Avaliação da formação. Exedra: Revista científica, (8)
- Silva, C. J. (2005). Impacto de um cruso em diagnóstico e tratamento do uso nocivo e dependência do álcool sobre a atitude e conhecimento de profissionais da rede de atenção primárias à sáude (Tese de doutoramento, Universidade Federal de S. Paulo, Brasil)
- Jesus, C. F., & Rezende, M. M. (2008). Dirigentes de instituições que assistem dependentes químicos no Vale do Paraíba. Estudos de Psicologia, 25 (4), p. 499-507
- Balestrin, A., Vargar. L. M., & Fayard, P. (2005). Criação de conhecimento nas redes de cooperação interorganizacional. RAE, 45 (3)