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Dependências Sem Substâncias

Dependências Sem Substâncias

Começa com um pequeno prazer, algo para trazer mais sabor ao dia a dia ou simplesmente para preencher o tempo. Aí, torna-se num hábito, mas a pessoa continua a acreditar que tem total controlo sobre ele. Quando ela se apercebe, aquilo ocupa o centro da sua vida e não consegue viver sem. Este é o caminho das dependências…

 

Com o avanço tecnológico que se tem verificado nas últimas décadas, a Internet e os Videojogos tornam-se cada vez mais usados, sobretudo pelas crianças e adolescentes. No entanto, junto com o aumento da sua popularidade, têm surgido relatos na literatura científica de indivíduos “dependentes” da realidade virtual da Internet e dos videojogos. Sendo assim, grande parte dos autores sugere que o uso abusivo destas tecnologias pode tornar-se num novo transtorno do foro psíquico.

 

De que falamos quando se trata de dependência sem substância?

De acordo com a pesquisa feita pela Associação ANtídoto, a dependência sem substância, também conhecida por dependência comportamental, é definida por uma condição de impulsos recorrentes na qual o individuo se envolve em atividades especificas apesar das consequências nocivas para a saúde mental, física e social.

A Associação ANtídoto apurou ainda que as dependências sem substâncias têm o mesmo padrão cíclico do uso de substâncias, iniciando com a sensação de prazer ligado ao comportamento em questão, procura do comportamento (para sentir prazer e lidar com o stress) e aumento da frequência da procura do comportamento. Esta procura torna-se frequente, ritualizada e passa a integrar parte significativa da vida da pessoa afetada.

 

Dependências comportamentais mais frequentes…

Após uma revisão bibliográfica, a Associação ANtídoto concluiu que, entre os comportamentos geralmente relacionados a este tipo de dependência destacam-se a compulsão por jogos de azar, computadores, videojogos, internet, redes sociais, telemóvel, trabalho, exercício físico, compras, pornografia, entre outros.

 

Quais os efeitos nas relações interpessoais?

As consequências nas relações com as outras pessoas são similares aos de um consumidor de droga: mentiras, negação, perda de confiança, divórcio, entre outros.

 

Principais sinais de alerta do uso excessivo dos aparelhos eletrónicos e redes sociais:

  • Elevado grau de importância dada aos dispositivos eletrónicos;
  • Sintomatologia de abstinência face á não utilização da Internet (irritabilidade, dores de cabeça, agitação, agressividade);
  • Mudanças de humor, conflitos;
  • Várias consequências físicas, nomeadamente, cansaço excessivo, problemas de sono, sedentarismo, alimentação descuidada, fadiga ocular, desleixo com a higiene pessoal, entre outros;
  • Preocupação excessiva com as redes sociais;
  • Aumento dos conflitos interpessoais

 

Estratégias que o ajudam a “desligar” destes comportamentos

Através de uma pesquisa a Associação ANtídoto verificou que numa fase inicial dos comportamentos impulsivos ligados ao uso excessivo das tecnologias e das redes sociais, um “detox digital” pode tornar-se uma medida preventiva eficiente:

  • Comece por estabelecer um período de tempo em que reduz de forma significativa o tempo gasto a usar aparelhos eletrónicos;
  • Desligue o som das notificações ou estabeleça a regra de só verificar as redes sociais uma vez por cada hora;
  • Estabeleça períodos do dia “sem ecrãs”, como por exemplo, a hora das refeições ou durante a noite, em que os aparelhos devem ser deixados numa outra divisão da casa.

Estas medidas têm como finalidade o restauro e foco nas interações interpessoais no mundo físico.

 

Procure ajuda!

A Associação ANtídoto recomenda que, caso a sintomatologia seja clinicamente significativa, o tratamento de qualquer dependência comportamental requer a combinação de diferentes terapêuticas, nomeadamente, psicofarmacológica (medicamentos), psicológicas (psicoterapia individual e/ou de grupal) e reabilitação psicossocial.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Referências Bibliográficas